Ecdemomania ou Nomadismo: Doença ou Genética

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Ecdemomania ou Nomadismo: Doença ou Genética. Vício de viajar ou estilo de vida? Quem não ama viajar? Tem pessoas que amam tanto viajar e fazem uma viagem sempre que podem e quando não podem, ficam planejando a próxima viagem.

Embora muitos estudos mostrem os benefícios que uma viagem traz para nossa vida e saúde, existem também estudos que relatam ser a viagem em excesso considerada um transtorno.

Isso mesmo e este transtorno tem um nome bem feio por sinal: Ecdemomania. De acordo com o dicionário esta palavrinha significa: Desejo, considerado fora do normal, de estar longe de casa; vontade patológica de perambular longe de casa; obsessão por viagens; fugir de casa.

Confesso que se isto é uma doença, que a ciência me faça a gentileza de não encontrar rapidamente a cura. Brincadeiras a parte. Claro que para se tornar uma patologia, isso deve estar trazendo uma carga negativa.

Ecdemomania (Vício de Viajar) ou Nomadismo?

Carro com mala, Agarre o Mundo

Segundo o pesquisador, a doença começa quando a sua necessidade por viagem está frequente. Quando antes mesmo de terminar uma viagem, você está já pensando no próximo destino. Quando mesmo cheio de dívidas de viagem, você ainda deseja, organiza e vai viajar.

Ou seja, o portador do vício de viajar (com ecdemomania) não se contenta de forma alguma. Sendo a viagem a sua forma de aumentar a adrenalina e dopamina no sangue.

Em contra partida, e vou ser sincera, prefiro ver desta forma, existe um gene que nos lança ao mundo das viagens. Gene de viajantes? Isso mesmo, existe um gene chamado DRD4-7R, também conhecido por um termo muito usado pelos viajantes: Wanderlust.

Este gene é um receptor da dopamina, um neurotransmissor que atua no controle de movimentos, memória e prazer. A teoria alega que as pessoas com esta variação genética são menos sensíveis à dopamina, necessitando assim de uma maior quantidade de experiências que proporcionarão a liberação da substância.

Não seria este o gene do nomadismo?

Ao contrário da Ecdemomania, o nomadismo é considerado hoje, um estilo de vida em que as pessoas não possuem habitação fixa. A saber, no período neolítico, as pessoas, denominadas nômades, não se dedicavam a nenhum tipo de melhoria para a sobrevivência.

Então, se alimentavam daquilo que a natureza podia lhes oferecer. Conforme a alimentação ia acabando, os nômades se deslocavam para outra região em busca de novos alimentos.

Embora muitos possam afirmar que possuem essa vontade de viver viajando, a saber este gene só está presente em 24% da população mundial.

De fato, talvez na hora H a decisão seja de se manter na zona de conforto.

Teste para ver onde você se enquadra no vício Ecdemomania ou Nomadismo

1 –Geralmente você está planejando viagens, quando não está viajando?

2 – Você está constantemente buscando ou praticando trilhas, trekkings, montanhismo, rafting, mergulho e outras atividades de aventura?

3 – Quando volta de uma viagem já está com outra engatilhada na cabeça para ser planejada e executada?

4 – Você tem uma lista de vida com todos os destinos que deseja conhecer nesta vida?

5 – Fica ansioso, chateado quando está de férias ou num feriado e não está viajando?

6 – Compara o valor de todas as suas compras baseadas nos valores de dias de hospedagem ou coisas necessárias para fazer aquela viagem de aventuras?

7 – A volta ao trabalho sempre rola uma “depressãozinha” e a vontade é mesmo de pedir demissão e ir viver a sua vida como nômade?

8 – Está sempre pensando, que prefere morrer se aventurando pelo mundo, a viver mais tempo indo de casa para o trabalho e vice versa?

9 – A primeira coisa que faz no final de um ano é pegar o calendário do ano seguinte para analisar todos os feriados e que dia cai cada um deles, assim faz pelo menos 04 possibilidades de viagens com cada um?

10 – O seu melhor conselho para todos os problemas, seja lá de quem for, é: “vá viajar”?

Preparado para o resultado

Se você respondeu sim para pelo menos 3 delas, saiba que você tem um problema para resolver: uma viagem para planejar. Se respondeu sim para mais da metade até 9, saiba que você talvez tenha uma cura, mais caso não esteja preocupado com a cura, arrume a sua mala e vá mesmo viajar.

E saiba que mais doente que você, estou eu pois respondi sim para as 10 questões e ainda assim, sou uma pessoa feliz e caminho com as minhas mil possibilidades na cabeça e já as colocando num papel, para serem analisadas. E certamente, com uma linda e longa caminhada pelo mundo a frente. Sem preocupação com o tempo e com o retorno para casa, afinal não nasci com raízes e sim com pernas.

Quer se tornar um nômade?

Viajante escalando uma montanha, post de abril, Agarre o Mundo

Talvez você tenha a doença Ecdemomania e quera apenas viver o Nomadismo. Hoje, mais e mais pessoas estão cogitando a possibilidade de mudar de vida, e quem sabe ter um trabalho remoto, onde se pode caminhar livremente, por cidades, países e oceanos.

Não é algo tão fora do comum como antigamente, pessoas já iniciaram as suas caminhadas e estão sinalizando como é maravilhoso ter liberdade geográfica e como isso traz uma enorme quantidade de dopamina.

Sempre brinco que as pessoas conseguem identificar o tipo de pessoa e o tipo de vida que se desejar levar. Então faço a elas o seguinte questionamento:

Se você ganhasse hoje na loteria, o que você faria?

Pare e pense antes de continuar a leitura e anote a sua resposta. Pois se o que você deseja é ter coisas, você pode até gostar de viajar, mas na realidade você é uma pessoa que gosta mesmo do seu lugar no mundo, do conforto do seu lar.

Agora se a sua resposta for parecida com a minha, senta aqui e vamos conversar. Eu digo que daria uma volta ao mundo. Então numa destas conversas a pessoa me devolveu a pergunta: “E quando terminar a sua volta ao mundo? O que você faria?”

Percebi que sou mesmo muito maluca, pois já tinha a resposta na ponta da língua. Não tenho como não sorrir, mas vou confessar que fiz um cálculo há alguns anos e descobri que se eu ficasse apenas um mês em cada país do mundo, gastaria nada menos que 16 anos, 03 meses e 20 dias. Se afirmam que isso é uma doença, afirmo que a vida é só uma e que nesta é exatamente isso que eu quero fazer: Viajar!!

Então a minha resposta foi a seguinte:

“Após 16 anos e alguns meses, eu poderia me encontrar com você e talvez na ocasião, eu tenha uma resposta mais acertada. Já que terei muito tempo para pensar sobre o que fazer após a minha volta ao mundo.

Mas posso afirmar com certeza que, como tem países que em hipótese alguma eu ficaria apenas um mês, talvez eu volte após uns 30 anos com pelo menos 10 livros debaixo do braço, contando algumas das minhas melhores experiências. E com a certeza que a minha vida foi tão bem vivida, que o meu único objetivo seja parar e descansar. Ou talvez, não parar de forma alguma.”

E o vício de viajar tem cura?

Durante a nossa série de “lives” com pessoas que se mudaram de país, de vida e de percepção do certo e errado, descobrimos que o melhor da vida são os momentos felizes e muitos deles são encontrados em viagens.

Você sofre de Ecdemomania ou Nomadismo?

Embora esta vontade louca de viajar seja considerada uma doença, afirmo após a leitura de vários estudos e conversando com várias pessoas, que a viagem é sim o tratamento para tantas outras doenças.

A cura de muitas doenças está dentro de você e se sua vontade é de viajar, simplesmente vá. Melhor ter um wanderlust à passar a vida caminhando e vivendo uma vida que nem mesmo parece que lhe pertence. Mas isso é papo para outro post.

Enquanto isso, me diga, você tem certeza que está vivendo da forma que sempre desejou? Já leu o post de criança interior que temos no site?


Então, vamos viajar ou planejar a próxima viagem ou as 10 viagens seguintes?

Assim terminamos este post que teve como intenção falar muito mais de uma vida leve do que trazer diagnóstico de uma doença. Afinal viajar é vida e se alguém deseja intensamente viver, que mal há nisso? Compartilhe conosco, como está o seu desejo por viagens.

Kênia Miranda
Kenia Miranda

Brasiliense, sempre disposta a aprender e descobrir o novo, com um apreço enorme por novas culturas e costumes. Apesar de ser formada em Odontologia, está sempre buscando novos caminhos e novos aprendizados. Uma das suas frases preferidas: "Minha alma é muito livre para ficar presa seja lá no que for."

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Kenia Miranda

Brasiliense, sempre disposta a aprender e descobrir o novo, com um apreço enorme por novas culturas e costumes. Apesar de ser formada em Odontologia, está sempre buscando novos caminhos e novos aprendizados. Uma das suas frases preferidas: “Minha alma é muito livre para ficar presa seja lá no que for.”

5 respostas

  1. Excelente matéria, não me reconheci portadora desse transtorno, mas adorei a leitura esclarecedora. À medida que posso continuarei a viajar, mais saudável que se viciar em pílulas.???

    1. Maria Delma, agora estudando a neurociência sei os efeitos positivos que as viagens causam no cérebro. Então, siga viajando.
      Beijinhos
      Kênia

  2. Um texto que me conforta em tempos de depressão pós férias. Respondi que sim a maior parte das perguntas. Vim a procura de uma definição desse sentimento louco de se encontrar fora de casa.

    1. Lorena, super te entendo.
      Sofro do mesmo mal.
      Ainda penso que a vida é só uma e passa uma velocidade extrema, então, porque não viver da forma como mais gostamos?
      Beijinhos e vamos que vamos.
      Kênia Miranda

    2. Amiga me indentifiquei também com o transtorno porq sofro tenho uma vida instabilização onde moro minha casa era um sonho tem piscina banheira de hidromassagem dispensa closet fogão de indução pense fiz tudo q queria estou nela 6 meses mas a vontade de ir embora morar na praia no nordeste fico triste todo final de semana vivo lá não aqui não enchergo fazer nada na minha cidade e o medo de ir e também querer ir pra outro outro lugares de dia com o sol fico sonhando nesses lugares chega a noite quero meu conforto minha casa aí amo ela nem um bora quero amanheceu dia tô eu de novo pesquisando e vendo para onde vou .

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