Agarre o Mundo, mas tenha consciência ecológica.
Quem ainda não se pegou desejando conhecer o mundo? Se você responder que não tem esse desejo, talvez seja por se manter muito ligado aquele “mundinho” confortável e seguro que todos têm e que muitos gostam.
Calma, isso não é uma crítica, apenas o instigo a conhecer o que o Planeta Terra, ou seria o Planeta Água, tem a nos oferecer.
Inegavelmente, o Mundo é muito lindo, percorremos longas distâncias, muitas vezes atravessamos o oceano, apenas para conhecer rios, vales, cidades e castelos.
Mas se você é brasileiro, sabe que moramos em um “País tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”.
Embora tenhamos vários problemas no Brasil, não há o que dizer sobre a sua beleza sem igual.
Assim contamos com várias praias nomeadas as mais lindas do mundo, com fervedouros magníficos, com montanhas espetaculares, entre tantas outras maravilhas da natureza.
Então venho fazer um apelo, leia o artigo com a mente e coração abertos, compartilhe com as pessoas, pois muitas vezes, como turistas prejudicamos o meio ambiente e nem temos consciência disso.
Com toda certeza a intenção não é apontar o dedo ou julgar alguém pelo que fez ou que deseja fazer, mas sim, alertar e orientar as pessoas sobre suas atitudes sejam como turistas ou trabalhadores do setor turístico, ou seja, para que adquiram a consciência ecológica.
Piscinas naturais: verdadeiros destinos
Em primeiro lugar, quem não desejaria tirar uma foto como essa abaixo?
As piscinas naturais são formações naturais que aparecem com a baixa da maré, sendo um espaço com uma infinidade peixes, que nadam e nos encantam entre os diversos corais.
A saber, o nordeste brasileiro possui aproximadamente 3 mil quilomêtros de litoral e muitas de suas praias possuem arrecifes.
Vou citar neste artigo praias brasileiras, entretanto poderia ser qualquer outra praia com corais e piscinas naturais do nordeste brasileiro ou do mundo.
A praia de Porto de Galinhas está localizada em Pernambuco, no município de Ipojuca, a cerca de 60 km de Recife. Claro que a região é linda e daria um belo post, mas prometo que o farei depois.
Entretanto, não poderia passar os olhos por algo que descobri não ser “tão legal” e desviá-los, apenas para não dar uma opinião contrária sobre a região.
Como já citamos, a proposta do blog é mostrar a viagem como ela é, expor nossas opiniões, despertar nos leitores um pensamento crítico e um debate saudável, melhorando assim, a vida de todo planeta.
Esse é um dos lugares mais visitados no litoral brasileiro, com toda certeza. Não é à toa, pois a região é linda e vale a pena conhecer.
Vou repetir para ficar claro, vale a pena conhecer. As praias são lindas e para quem tem criança, sem dúvida vai desfrutar muito, já que as praias são tranquilas em vários pontos.
Aliás, quem gosta do agito e de pegar ondas, também vai amar a região.
Despertando a consciência ecológica
Quando estivemos em Porto de Galinhas, fizemos um passeio de jangada, que até gostamos.
Mas pensando friamente e fazendo pesquisas após, descobri que se trata de uma diversão danosa para os corais e para a vida marinha e vou falar o porquê.
Embora o passeio de jangada tenha sido bem divertido e as crianças amarem, com toda certeza não repetirei.
Afinal, foi bem triste e decepcionante chegar às piscinas e ver muitas delas sendo isoladas pelos próprios jangadeiros para que os corais pudessem se recuperar.
Isso mesmo, se recuperarem dos danos que os turistas juntamente com os efeitos do aquecimento global fizeram no decorrer dos anos. Para quem ainda não sabe, os corais são frágeis e se quebram conforme são pisados.
De tal forma que, desde 2009, existe uma restrição ao acesso às piscinas naturais e apenas 7% do total pode ser visitada.
No entanto, acredite, mesmo com as cordas delimitando, muitos turistas as ignoravam e pisavam nos locais proibidos, buscando sempre aquela melhor foto.
Você pode pensar, ótimo, eles estão cuidando do meio ambiente, mas seria mesmo necessário pisar nos corais, apenas para entrar nas piscinas naturais e tirar fotos com os peixinhos? Será que é ético e saudável destruir e ter que isolar para que os corais possam se recuperar?
E pior, após a recuperação, recomeçar a destruição? Aqui falo de Porto de Galinhas, mas outra praia brasileira também isolou alguns dos seus arrecifes, a famosa Fernando de Noronha.
A real tomada de consciência
Existe outro pensamento que pode vir a sua cabeça: “Fala isso, mas foi e fez as belas fotos com os peixinhos, não é?”
Concordo com o seu pensamento, mas por sorte, somos seres mutáveis de opiniões e ainda temos tempo para não causar mais danos, pensar de forma mais ecológica e salvar o planeta.
Afinal, foi somente após ver os corais isolados em Porto de Galinhas que me atentei para pesquisar sobre o assunto e tomar consciência dos malefícios deste tipo de diversão.
Corais não são pedras e conchas não são enfeites
Repito, nossa mudança de atitude, só começa com a nossa tomada de consciência ecológica.
Os corais, também conhecidos como arrecifes, estão presentes em grande parte do litoral nordestino.
A saber, eles dão suporte e abrigo a uma enorme variedade de comunidades presentes no mar.
Além disso, serve de habitat para 25% de toda vida marinha, ou seja, 1/4 de toda vida marinha, daí podemos entender a sua importância.
Inclusive, existem várias ONGs que alertam às pessoas sobre a importância de não pisar nos corais, nem mesmo aqueles que ficam bem próximos a areia da praia, onde muitos acreditam ser pedras.
De fato, os corais são frágeis e precisam ser cuidados.
Em 2018, o Ministério do Meio Ambiente lançou uma campanha para alertar a população sobre como se comportar nas praias e assim, promover uma consciência ecológica.
Entre suas orientações, duas cabem aqui:
O que não fazer:
? Não comprar artesanatos feitos com conchas ou corais mortos. Retirar essas estruturas da natureza prejudica a dinâmica do ambiente;
? Não coletar nada, ou seja, pedaços de conchas, corais, ouriços e estrelas do mar, pois servem de abrigo e devem permanecer em seu ambiente natural.
Leve da praia somente memórias e fotografias!!
Claro que ao adquirimos um pouco mais de consciência ecológica, questionamos porque o governo não toma medidas mais impositivas.
Acreditamos sim, que a tomada de consciência é o primeiro passo, mas várias questões estão em jogo, como o interesse do turismo das grandes empresas de hotelaria e da própria educação do turista.
Também entendo as pessoas que dependem do turismo para sobreviver, entendo que tentam explorar tudo ao redor para conseguir uma renda, entretanto, é triste constatar que nós como turistas também colaboramos para a destruição do meio ambiente.
Cuidado!!
Agora, se mesmo assim você deseja alimentar os peixinhos com alimentos que nem são adequados para eles e tirar as tão sonhadas fotos, fica um alerta!
Até já mencionamos no post de Morro de São Paulo, mas faço questão de reforçar que, alguns tipos de corais liberam toxina como forma de defesa.
Essa substância tóxica pode agredir também você ou seus filhos quando em contato com ela.
Portanto, um book fotográfico pode virar desde uma leve alergia na pele até mesmo, causar um choque anafilático a depender do tipo de coral.
Assim, arraste para o lado e veja o estrago feito por essa toxina no corpo da querida Bárbara Hupsel. Teve uma alergia grave, inclusive teve que se medicar e com certeza se lembrará disso todas as vezes que olhar para a sua linda foto.
Em síntese, o toque humano pode ser tão perigoso para o delicado ecossistema coral, quanto o coral pode ser para os seres humanos.
O lixo é um problema mundial
Mudando um pouco de assunto. Claro que o lixo é um problema mundial, mas o que você poderia fazer ao deixar para seus filhos e netos um planeta mais habitável?
Embora o Governo não seja o único responsável pelo lixo deixado nas praias pelos turistas, acredito que se investisse em material educativo tanto para os moradores quanto para os turistas, possivelmente mudaria este cenário.
Até porque muitos nem sabem os efeitos de algumas atitudes. Além disso, deveria investir em fiscalização e penalização por tais danos a natureza.
De fato, muitas vezes a cidade vive do turismo, entretanto o dinheiro não é revertido em prol da população, seja em infraestrutura, educação ou preservação do meio ambiente.
Ver que possuímos as mais belas praias do planeta e não cuidamos nem um pouco delas, com toda a certeza me deixa decepcionada e preocupada.
Como já disse, gosto mesmo de praia e sempre me questiono, por que as praias de muitos países são geralmente mais limpas do que as do Brasil?
Claro que tem muitas questões envolvidas nesta comparação, desde renda per capita, educação ambiental e até mesmo, quem foram os colonizadores.
Mas ao mesmo tempo que não podemos ignorar estes fatores, não podemos responsabilizá-los totalmente e ainda, nada fazermos.
Além da conscientização, devemos partir para a prática de ações em benefício de todo ecossistema, sejam eles animais ou plantas.
Animais não são artistas
Por último, mas não menos importante, vou reforçar que animais não são artistas.
Assim, golfinhos não deveriam fazer força para suportar o peso de um turista de 10 ou 70 kg.
Nem tigres deveriam ser dopados para fazer selfie com turistas ou passear com coleiras.
Macacos não deveriam fazer apresentações como se fossem artistas de circo. E assim vai…
Além disso, conforme a World Animal Protection, cerca de 70% de todas as doenças transmitidas de animais para humanos, têm origem em animais silvestres.
Mas aí você pode pensar: Que diferença faria se apenas eu não visitasse parques ou zoológicos, a fim de não incentivar esse tipo de turismo?
Então, respondo prontamente. Se cada um fizer sua parte, todos seremos beneficiados. E não é porque todos fazem errado, que está certo e deveria ser feito.
Saiba que não julgo quem já participou dessas ou de qualquer outra atividade que envolva animais, mas peço que cada um reflita sobre os benefícios ou malefícios deste tipo de diversão.
Extra: No Japão, foram criados os “cafés de lontras“, onde as lontras são mantidas em cativeiro para entretenimento. Sabe-se que elas choram e gritam ao ter contato e interação com os clientes, enquanto outras se machucam com as próprias garras.
Então, qual seria a forma de Agarrar o Mundo com consciência ecológica?
Sem dúvida, viajar é essencial para a alma e para a economia, mas você já se perguntou quantas pessoas viajam normalmente e quais os impactos destas viagens no meio ambiente?
Uma das coisas que mais ouvi no início da pandemia do coronavírus, foi que as pessoas sairão dela mais conscientes, empáticas e solidárias.
Também li e ouvi muitas especulações de como se comportará o turismo após o Covid-19.
Decerto, não temos como afirmar nada que acontecerá com as pessoas e o planeta. Mas me atrevo a dizer, que não podemos esperar que o mundo e a população mudem da noite para o dia.
Contudo, mesmo não sabendo o que virá, este é o momento para empresas de turismo, destinos, organizações e governos educarem e conscientizarem trabalhadores e viajantes sobre a importância da prática do turismo sustentável.
Além disso, podemos nos questionar sobre nossas condutas: como nossas escolhas de hospedagem afetam o meio ambiente; como nossa alimentação é responsável pelo desmatamento ou transmissão de doenças; como nossas atitudes na natureza podem ser benéficas ou maléficas para todo o mundo, entre tantos outros questionamentos.
De fato, não podemos garantir, que a partir do momento que as pessoas fiquem mais conscientes tanto da relação errada que mantêm com o planeta, quanto da conexão que existe entre todos no mundo, passarão a cuidar melhor do próximo e do meio ambiente.
No entanto, vamos deixar de procurar culpados, assumir a responsabilidade que cabe a cada um de nós tanto na destruição, quanto na (re)construção do planeta e partirmos para ações na prática.
E só então, estaremos Agarrando o Mundo com a consciência ecológica!
Assine a petição e vamos ter mais consciência ecológica
Aqui você encontra uma petição da World Animal Protection para acabar definitivamente com qualquer tipo de comércio de animais silvestres no mundo.
Este documento será apresentado na reunião da cúpula do G20 (grupo das 20 principais economias do mundo, do qual o Brasil faz parte) em novembro/2020, quando as ações de resposta à pandemia do coronavírus terão um lugar de destaque nas discussões.
Ao assinar a petição, você já estará contribuindo para um mundo mais consciente ecologicamente e consequentemente, bem melhor!
Tem alguma dúvida? É só deixar nos comentários e se não soubermos a resposta, iremos atrás, viu? Críticas também são bem-vindas!
Junte-se ao Agarre o Mundo para criar um futuro sustentável para o planeta.
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Esperamos ter contribuído de alguma maneira. Gratidão.