Quer conhecer uma estrada famosa e impressionante? Então, arrume as malas e vá conhecer a Serra do Rio do Rastro. Esta é uma das estradas mais famosas do Brasil e certamente uma das mais impressionantes do mundo.
Vem comigo pois vou provar que realmente é tudo isso. O trecho da rodovia SC-390 é caracterizado por subidas íngremes, curvas fechadas e mirantes espetaculares entre penhascos e montanhas.
Onde fica a Serra do Rio do Rastro
A Serra do Rio do Rastro fica localizada na cidade de Lauro Muller, no sul de Santa Catarina. São 12 km de vistas incríveis, com vários penhascos caso olhe para baixo e grandes paredões de rocha, caso olhe para cima.
Além disso, você vai se deparar com cachoeiras no meio do caminho, já que todo o trajeto é rodeado pela Mata Atlântica e está numa área de preservação. E claro, se prepare para lidar com curvas e muitas curvas.
Como chegar na Serra do Rio do Rastro
Os aeroportos mais próximos da Serra do Rio do Rastro são o de Criciúma (58,7km ), de Florianópolis (228 km), aeroporto de Navegantes (310 km) e aeroporto de Porto Alegre (335 km).
Para quem é de longe, é possível ir de avião até Criciúma e de lá ir até Lauro Muller de van ou de ônibus. Outra opção, foi a que nós fizemos, ir de carro.
O bom de chegar por Criciúma é porque daí basta subir a serra. Se você vai de Floripa, cuidado para o GPS não lhe mandar logo para o alto da serra. Nós fomos de Florianópolis, mas tivemos o cuidado de ir até Lauro Müller, para então, subir e não descer.
Você pode também optar por fazer uma excursão saindo de Florianópolis para conhecer a Serra do rio do Rastro e a cidade de Urubici.
Agora vai a dica de ouro: se organize para percorrer no período da manhã, perto das 11 horas, para não correr o risco de pegar neblina na serra e não conseguir ver nada na estrada. Como sempre, pegamos um belo dia, sem nenhuma neblina, um sol lindo para contrastar o azul do céu e o verde da mata.
Subir ou Descer a Serra do Rio do Rastro
Suba a Serra. Primeiro, porque na subida é possível parar em alguns mirantes se não estiver muito cheio e apreciar a vista. Se estiver descendo não existe tantas possibilidades.
A minha vontade ao terminar o percurso foi descer e subir novamente. (risos) Mas estávamos com as crianças e mesmo já lhes tendo dado o almoço, que levei dentro dos potinhos térmicos, tínhamos que chegar ainda em Urubici. Então optamos por não percorrer novamente.
Saímos de Floripa e percorremos 230 km até a Serra do Rio do Rastro, passando por Tubarão e Orleans até chegar em Lauro Müller, onde se inicia a serra. Se for fazer o mesmo percurso, saia bem cedo, para aproveitar o sol.
Sempre que viajamos de carro, vamos geralmente na velocidade da via ou um pouco abaixo, assim conseguimos parar quando algo nos chama a atenção, como essa ponte suspensa, ou esta cidade onde tinha casinhas na praça, ou ainda uma igreja abandonada. Ou seja, viva o caminho.
Antes de chegar na serra tem um primeiro mirante, chamado, Mirante 12, não que a vista de lá seja da maravilhosa estrada, mas tem uma vista linda e é possível saltar de tirolesa ou parapente. Além disso tem um restaurante.
Segurança
É importante ressaltar que a Serra do Rio do Rastro é uma pista simples e não tem acostamento, embora haja alguns refúgios. E mesmo que na subida e provavelmente na descida tenha uma placa avisando que não é permitido caminhões com mais de 14 metros, vimos alguns fazendo manobras nas curvas.
E se há pouco tempo, o trajeto não era tão movimentado, pelo menos no dia que fomos (Janeiro e final de semana) a estrada estava cheia de caminhões, inclusive descendo a serra carregados de madeira. Não que isso tirasse o meu sossego ao percorrer a estrada, até porque não era eu quem estava dirigindo.
O trajeto da serra é repleto de refúgios, onde é possível parar para fotografar, caso não tenha outros carros parados ali. Cada parada revela um ângulo diferente e a rodovia.
Apesar de ter um mirante de estrutura metálica, faz com que as pessoas queiram parar, mas esta não foi para mim a melhor vista. Por isso, pare em todas as possibilidades e veja que vista mais lhe agrada.
O bom nesta estrada é que ninguém tem pressa. Todos andam calmamente, seja subindo ou descendo.
Em alguns trechos existem umas placas do risco de desmoronamento, não sei se estas placas estavam ali enquanto aconteciam ou se realmente ocorre o risco. O fato é que existem algumas pedras, como na foto abaixo, bem grandes no “meio” do caminho. (risos)
Naquele momento fiquei pensando que real risco estávamos correndo ali, mas não aconteceu nada. E acredito que não caiam pedras, principalmente pelas reformas relacionadas com a estrada.
A Serra do Rio do Rastro tem 284 curvas que se iniciam a 200 metros de altitude e alcançam 1.421 metros no topo mais alto.
Clima da Serra do Rio do Rastro
O melhor horário para visitar o mirante da Serra do Rio do Rastro é entre as 11 e 15 horas, já que neste horário há menor incidência de neblina e o sol está bem em cima. Em dias com boa visibilidade a vista chega a 100 km de distância.
Em geral, Lauro Muller tem uma temperatura amena. Mas durante a subida, a temperatura pode cair, chegando em torno dos 10ºC ou menos. E foi exatamente essa mudança brusca de temperatura que me trouxe um certo incomodo no corpo, com um resfriado.
No topo da serra, até mesmo nos meses de verão o vento é gelado. Imagine então no inverno quando as geadas são frequentes e às vezes neva. Vá bem agasalhado!
Então, para não passar frio, sempre confira a previsão do tempo antecipadamente e se prepare levando um agasalho corta-vento. A chuva também costuma cair com frequência na região, assim como a presença de neblina. Mas como já falei, tivemos muita sorte mesmo.
Após subir a serra ficamos alguns dias em Urubici e de lá víamos a neblina chegar e ir embora o tempo todo e cada vez que via o evento, agradecia por ter desfrutado da paisagem com um sol maravilhoso.
Subir a Serra do Rio do Rastro de Bike
A primeira vez que vi as imagens desta Serra foi quando meus irmãos subiram esta estrada de bike. Segundo o meu irmão mais novo, Wagner, é fácil fazer o percurso porque é um trecho pequeno, acredito que falou brincando. Mas eu não sou ciclista, então não arrisco dizer nada a respeito.
Eles saíram às 16 horas e a estrada estava bem vazia, porque foram bem no período que estavam arrumando os paredões e por conta disso a estrada estava fechada para carros. Olha que delícia de passeio.
De fato, essa é uma das rotas mais procuradas por ciclistas do Brasil e até de outros países. Afinal, além de ser uma das mais belas estradas do país, ela também é cheia de desafios, na minha percepção, pois conta com curvas e subidas íngremes que desafiam os ciclistas, inclusive os mais experientes.
Agora se você é amante do pedal, mas não quer fazer este passeio sem uma equipe de apoio, certamente vai encontrar a rapaziada que faz o famoso “Desafio da Serra do Rio do Rastro”. Um pedal em equipe, que acontece duas vezes por ano, março e novembro. É provável que as escolhas das datas sejam pelo clima favorável nesta época.
E deve ser muito legal, mesmo que eu não seja ciclista (risos), porque eles fecham a estrada para carros e assim, certamente desfrutam mais de todo o percurso, sem a preocupação com os caminhões.
Ciclistas e suas aventuras
Em uma de nossas paradas para apreciar a vista, um casal de ciclista me chamou a atenção. Achei o máximo quando o rapaz falou algo com muito carinho com ela e percebi que eram casados. Então, pedi para tirar uma foto deles e claro, que não poderia deixar de trazer um pouco deste trajeto, com outro ponto de vista, o de uma ciclista.
A Catia Rojas e o Diego Aidar são ciclistas de Ponta Porã, uma cidade do interior de Mato Grosso do Sul. Eles têm 2 filhos, que também participam das viagens quando mais pessoas da família acompanham. O Diego é ciclista há mais de 10 anos e a Catia começou por incentivo dele há uns 4 anos. Então, sempre buscam passeios e trilhas e o ciclismo virou constância na rotina deles há mais de 2 anos.
Deixo aqui o relato da Catia sobre o seu trajeto e experiência na Serra do Rio do Rastro:
“Resolvemos aproveitar as férias do jeito que a gente gosta, pedalando! Então finalizamos com chave de ouro! Conhecemos a Serra do Rio do Rastro, ela alcança 1.421 metros de altimetria em seus 17km de subida, fomos com frio na barriga pensando nesse percurso lindo e desafiador.
Ficamos hospedados na cidade de Lauro Muller, descemos os 17km em meia hora, tiramos muitas fotos e analisamos a estrada, que estava aberta para o trânsito de veículos, foi só colocar na marcha pesada e descemos com aquele ventinho gostoso!!
Eram 11h da manhã, já que os especialistas indicam ir no meio do dia para pegar sol. E realmente, nós desfrutamos de uma bela paisagem ensolarada!!
Entretanto, no retorno, começa a sofrência, já que é subida sem folga!! No GPS a inclinação marcava de 5% a 8%, a marcha nas mais leves, só no girinho dosando a força para os últimos quilômetros mais duros, ou seja, os 4km finais que conta com muitas curvas e 10% 12% 15% de elevação, nunca precisamos tanto de nossas pernas e pulmões!!
Concluímos todo o percurso com sucesso, sem precisar empurrar. Fizemos algumas paradas para esperar a passagem dos caminhões e seguimos firmes. A sensação da chegada passando a placa foi a melhor, como uma vitória, como se estivesse terminando uma prova de competição, algo inexplicável.
De fato, ali ficaram momentos que seguirão para sempre em nossas lembranças, aconselho a todos irem visitar essa serra seja pedalando ou não! Vale muito a pena!”
O ponto mais esperado dos ciclistas, sem dúvida, é chegar ao mirante que fica no topo da serra. Para mim, o momento mais especial foi mesmo percorrer a serra e no fim eu queria mais. Mais paradas no meio do caminho, ou seja, mais mirantes e mais estrada.
Experiências de viagem
Aqui sempre falamos sobre o real motivo de toda e qualquer viagem: as experiências e sensações que nos atingem durante a mesma. E quero que você perceba como foi maravilhoso percorrer esta estrada.
Estávamos viajando há 20 dias e certamente este para mim foi o ponto alto da viagem, e olha que tivemos passeio de trem, de teleférico, tirolesa, jet-ski, praias e trilhas maravilhosas. E como para cada viajante a percepção do que vale a pena é diferente, sempre buscamos quando vamos organizar uma viagem para um cliente, entender o que realmente faz o seu coração vibrar.
Para mim, ver como somos pequenos diante das grandiosidades do Universo faz com que o meu coração bata mais forte, assim me ocorreu na viagem onde vimos as Dolomitas italianas, quando conheci a Caverna de Postjona, quando vi o maravilhoso Lago de Bled e por fim, ao percorrer a Califórnia de carro. O mesmo senti ao conhecer a Serra do Rio do Rastro e a Serra do Corvo Branco.
O Mirante Serra Parque
Após terminar a serra tem um mirante à esquerda. A entrada é paga e ainda não tem muita estrutura (janeiro de 2022), mas segundo o dono, Axel Dihlmann, já estão organizando para realizar mais algumas construções, mas como é uma área de preservação, não podem fazer muitas coisas próximas às margens da serra.
Eu adorei conhecer o mirante Serra Parque, tem um deck feito de madeira, não é possível ver a estrada dali, mas a visão da serra é igualmente linda.
Tem um balanço que além de nos permitir tirar lindas fotos, se você balançar um pouco mais alto, sentirá além do vento no rosto um frio na barriga maravilhoso.
Tem também umas “redes” suspensas que permite deitar e descansar um pouco. E uns decks com uns bancos e umas cestinhas de piquenique. Não sei como farão para promover os piqueniques ali, mas certamente se oferecerem essa opção será uma delícia. Mas aproveite a dica, vá cedo e leve seu lanchinho para comer ali enquanto curte a vista.
Se você ainda não teve a oportunidade de conhecer a Serra do Rio do Rastro, planeje e vá, vale a pena.
Dica: atrás do balanço tem uma trilha de 1200 metros, que se chama Trilha dos Anões, em homenagem ao avô do Axel. E claro que você não vai encontrar nada sobre a trilha em nenhum lugar. Mas no Agarre o Mundo, as histórias simplesmente chegam e claro, que adoramos. Gratidão Axel, por compartilhar conosco a história do nome da trilha e do seu avô:
“Ele era uma pessoa muito inteligente e visionária, viu potencial em um local que ninguém dava valor. E dava uns apelidos para as coisas e por carinho, mantivemos algumas coisas. Ele falava que aquela floresta no terreno era uma floresta de árvores anãs pelo tamanho reduzido da maior parte das árvores. Aí, por carinho demos o nome de Trilha dos Anões.”
Não deixe de fazer a trilha e ver de lá, muitas das curvas da estrada da Serra do Rio do Rastro e tirar mais um monte de fotos.
O Mirante da Serra do Rio do Rastro
Após sair do mirante Serra Parque, tem outro mirante, onde tem um restaurante, uma lojinha, banheiros e mais uma vista linda, onde você tira mais algumas fotos e guarda para sempre.
E já que estou falando de fotos, lhe convido após tirar as fotos, a realmente contemplar a vista, respirando profundamente e estando verdadeiramente presente no momento.
Respire o ar da serra e escute o barulho do vento. Sinta o mesmo no seu rosto e force a vista para ver o mais longe possível dali. Certamente, essa é a sensação que ficará guardada na sua mente e no seu coração.
O mirante localizado no seu topo, a mais de 1460 metros de altitude, fica numa planície e proporciona uma vista espetacular da estrada da Serra do Rio do Rastro. Sem dúvida, é um dos cartões postais do estado de Santa Catarina.
Roteiro pela Serra Catarinense
Se você não é amante de viagens de carro, saiba que é possível traçar um ótimo roteiro pela Serra Catarinense e usar os serviços de tour. Mas eu super recomendo alugar um carro e aproveitar a vista.
Faça como nós, suba a serra, depois vá a Urubici, e conheça também a Serra do Corvo Branco. Já que está na região, se tiver dias sobrando, conheça a linda e encantadora Treze Tílias.
Se precisar de ajuda para traçar o melhor roteiro de acordo com os seus desejos, entre em contato conosco. Trabalharemos para chegar ao melhor roteiro para você viver essa ou qualquer outra experiência.
Então gostou de conhecer conosco a Serra do Rio do Rastro? O sul do Brasil é realmente cheio de belezas exuberantes e vamos mostrar tudo para você por aqui. E se você também é amante das viagens diferentes e de carro, não deixe de ler: Dá para viajar de Motorhome ou Trailer no Brasil? e não deixe de ler o artigo Treze Tílias, uma história de amor com a cidade mais austríaca do Brasil.