Saudade do tempo que terrorismo nutricional era só manga com leite.

E nem essa combinação faz mal, pelo contrário, dá uma vitamina gostosa e saudável.

A manga é fonte de nutrientes, como caroteno, vitamina C e fósforo, enquanto o leite é rico em proteína, cálcio, fósforo, magnésio, além de vitaminas A e D.

Você sabe como surgiu essa lenda, mantida até hoje? Ela foi criada no tempo da escravidão, pelos senhores de engenho. 

Como o leite era um produto raro e caro, exclusivo dos patrões, para evitar que os escravos consumissem o leite, já que comiam muita manga, até pela grande disponibilidade, os donos de engenho inventaram essa história.

Relação da lenda com a realidade

Usei essa lenda com a finalidade de exemplificar algo sério que vem ganhando espaço na área da nutrição, “a epidemia do terrorismo nutricional”.

Assim, uma história sustentada por fundamentos inconsistentes, onde muitos alimentos são vilões e outros são mocinhos. A princípio, a vilã era a gordura, depois foi o carboidrato, seguidos pelo glúten, lactose e agora, a frutose, o “açúcar” das frutas.

O terrorismo nutricional não considera a fome, a saciedade e as suas vontades, mas sim as regras impostas por uma cultura de informação dicotômica, ou seja, “o proibido” versus “o permitido”.

Uma ideia comum entre os adeptos de dietas restritivas e validado por uma enxurrada de “especialistas”, inclusive nutricionistas.

Todavia, já são anos demonizando alimentos e alguns nutrientes, ao mesmo tempo, enaltecendo outros e desenvolvendo novos produtos alimentícios “mais saudáveis”.

Assim como o mundo mudou, a alimentação também, além da maneira de lidarmos com o alimento, que foi mudada e nunca tivemos tantas pessoas temerosas em relação a comida.

Conforme as coisas vão mudando, as atitudes também e as empresas vão se adaptando no que oferecer aos clientes.

Aliás, veja como a Disney tem feito isso, lendo o nosso artigo sobre a Disney e comida vegana.

Ao mesmo tempo, a incidência de doenças como obesidade, câncer, transtornos psicológicos e alimentares só vem aumentando.

Comer, algo que é, sobretudo, tão essencial para sobrevivência, tornou-se perigoso, assim como um fator desencadeante para ansiedade, estresse e sentimento de culpa.

Enquanto nos perguntamos: De onde surge tanto absurdo?

Decerto, apareceu do mesmo lugar que surgiram ou surgem vários outros absurdos. Ou seja, vem do interesse da indústria em lucrar “um pouco” mais, impulsionado por alguns profissionais da área de saúde e também por celebridades e blogueiros que vivem de likes e os milhões gerados por eles.

A saber, a American Dietetic Association (ADA) estabelece que o padrão geral de alimentos ingeridos é o foco principal numa alimentação saudável.

Todos os alimentos se enquadram nesse padrão, desde que consumidos moderadamente e com porções adequadas.

Segundo a ADA, o valor de um alimento deve ser determinado de acordo com o contexto da dieta como um todo, porque rotular os alimentos como bons ou ruins pode desencadear comportamentos não saudáveis.

Entretanto, abordagens alternativas podem ser necessárias em algumas condições de saúde.

Aliás, restringir sua alimentação apenas aos alimentos ditos “permitidos” não faz você mais saudável.

Mais informações: ADA

Alimentos “saudáveis”

Com toda certeza, o “ser saudável” também abrange nossa relação com a comida, além de outros aspectos.

Restrição de qualquer alimento só tem fundamento quando existe alguma doença e, mesmo assim, com o apoio de um profissional capacitado.

Ou então, quando for uma opção de vida sem nenhuma ligação com dieta ou transtorno alimentar. Ou seja, deveria ser evitado este terrorismo nutricional.

Todos os nutricionistas e profissionais da saúde devem orientar uma alimentação que siga as recomendações nutricionais. 

Então, como seria a forma perfeita de comer? Na minha opinião não existe forma perfeita! 

As práticas alimentares são dinâmicas e influenciadas por fatores, como preferências de gosto e comida, questões de peso, saúde, estilo de vida, economia, meio ambiente, por fim e não menos importante influências culturais.

É claro, se a pessoa tem alto consumo de alimentos processados, assim também como açúcar, como gordura e/ou baixo consumo de frutas, legumes, grãos, com toda certeza ela deve passar por uma reeducação alimentar com um nutricionista.

Atenção, não estou estabelecendo uma diretriz, mas sim, esclarecendo para o público leigo, também para aqueles que estão confusos em relação a alimentação e ainda para aqueles que absorvem muitas informações destoantes e sensacionalistas, que os alimentos devem ser vistos de outra forma.

Para viver melhor e de forma mais feliz e intensa, vamos reavaliar a nossa relação com os alimentos! 

E principalmente, não deixe convencer você que precisa ter medo dos alimentos.

Comer além de ser um dos prazeres da vida, é antes de tudo, uma forma de convívio social.

Dietas da moda passam, mas sua saúde fica…Fica prejudicada!

Se você deseja ler mais sobre nutrição saudável leia: Saboreando as delícias da dieta Mediterrânea

E assim nosso artigo chega ao fim…

E aí? Gostou do artigo? Você também acredita que o terrorismo nutricional vem bagunçando a cabeça de muitas pessoas?

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